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Quando Começar o Ano Não é Sinônimo de Renovação: Reflexões Sobre a Exaustão Feminina

Foto do escritor: Andrea AguiarAndrea Aguiar




Geralmente, a maioria das pessoas inicia o ano com energia renovada, repleta de planos, perspectivas e sonhos. Mas, pela primeira vez (sim, essa é uma situação nova para mim), começo o ano exausta.


Justo eu, Terapeuta de Manejo do Estresse, Instrutora de Mindfulness... alguém que sabe bem o impacto do cansaço e, acima de tudo, entende a importância do descanso para a saúde integral.


Chegar até aqui e admitir isso é um passo importante para o meu próprio entendimento sobre o que nós, mulheres, enfrentamos diariamente. Essa reflexão me ajuda a oferecer um olhar mais claro e empático para quem eu acolho no meu trabalho. E, ainda que o foco deste texto seja o meu estado de exaustão, ele traz uma provocação: como lidar com isso em um momento em que a expectativa geral é de renovação e entusiasmo?


Reconhecendo a Frustração e Ouvindo o Corpomente


A primeira lição foi lidar com a frustração e aceitar que era necessário reduzir o ritmo. Perceber os sinais do corpo e da mente é algo que sempre prezei. No meu caso, não foi a falta de autopercepção que me levou à exaustão, mas a insistência em manter o ritmo. Acreditei que conseguiria lidar com todas as demandas sem me "lesionar". Essa é a armadilha do famoso "eu dou conta".


Outra armadilha em que caí foi a do "eu tenho que ter uma resposta para tudo". Sempre fui uma pessoa realizadora, daquelas que pega e resolve. Mas essa postura pode ser perigosa. Ela me coloca em um ciclo incessante de fazer e fazer, buscando soluções para tudo e para todos.


E foi nesse estado de exaustão que descobri algo libertador: dizer "eu não sei". Permitir que as pessoas se virem, que descubram por si mesmas como chegar a determinado lugar, marcar um exame ou resolver seus próprios desafios.


Soltando o Controle e Aceitando Limites


Outra reflexão poderosa foi perceber a necessidade de abrir mão do controle. Não preciso decidir pelo outro ou carregar responsabilidades que não são minhas. Reconhecer e aceitar meus próprios limites foi um alívio.


Essas armadilhas que compartilho aqui não são exclusivas minhas. Muitas mulheres vivem essa mesma realidade, porque ela é cultural. Herdamos, de gerações passadas, a ideia de que é nosso papel servir e cuidar sem medida.


Servir com Limites


Servir e cuidar são atos nobres, sim, e podem ser profundamente gratificantes. Mas, como tudo na vida, precisam de limites. É essencial olhar para si mesma, perceber como você está se sentindo e identificar suas próprias necessidades.


Uma das formas que encontrei para começar a reduzir o ritmo foi criar pequenas pausas ao longo do dia. Por exemplo, antes de passar para a próxima tarefa, respiro fundo três vezes, conscientemente. Parece simples, mas esses momentos me ajudam a perceber como estou me sentindo e a real necessidade de seguir ou ajustar o que estou fazendo. Outra estratégia é me perguntar: ‘Isso precisa ser feito agora? Ou posso deixar para depois?’ Essas pequenas ações têm um impacto enorme na forma como conduzimos nossa energia.


Convido você a se organizar interna e externamente, ajustando o ritmo da sua caminhada. Que seus passos possam ser mais leves e conscientes, levando você a um destino onde a fluidez e o bem-estar caminhem juntos.




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