Você sabia que a sobrecarga de cuidados é o segundo principal fator que prejudica a saúde mental das mulheres?
Mas, o que exatamente seria esse cuidado? O trabalho de cuidado envolve atividades essenciais para a humanidade e está intimamente ligado ao cuidado com as pessoas e com o lar. Isso inclui, por exemplo, arrumar a casa, preparar refeições, cuidar das roupas, ajudar alguém que está doente, acompanhar familiares ao médico, educar os filhos, fazer companhia aos pais idosos, cuidar dos pets... atividades que se entrelaçam com nossa carreira e compromissos profissionais, que também exigem dedicação — afinal, é daí que vem o sustento para nossas vidas.
A pandemia trouxe isso à tona de forma ainda mais evidente, pois os serviços essenciais de cuidado se tornaram visíveis aos olhos de muitas pessoas. Aqueles que contavam com ajuda profissional muitas vezes se viram sozinhos, precisando dar conta de tudo. O trabalho de cuidar exige tempo, e frequentemente não é remunerado ou valorizado, resultando em um esforço invisível e contínuo.
A questão não é o ato de cuidar em si — cuidar é fundamental para nosso bem-estar e qualidade de vida, trazendo sentido, realização e satisfação. Afinal, quem não se sente bem em estar em uma casa limpa e organizada, ou em ter um pão fresquinho à mesa?
O problema surge com o excesso de responsabilidades contínuas, que frequentemente recaem sobre as mulheres, sem o devido reconhecimento. Quando percebemos, já estamos esgotadas, com nossa saúde física e emocional afetadas.
Essa é uma questão cultural que precisa ser questionada e transformada em prol da saúde das mulheres. Mas como fazer isso?
Primeiro, conscientize-se. Em seguida, olhe para sua vida, sua casa, suas relações familiares, e posicione-se. Nem sempre é fácil, pois culturalmente, aprendemos a dizer mais "sim" do que "não", o que pode dificultar a definição de limites.
No entanto, estabelecer limites não significa ser irresponsável ou displicente; significa, sim, respeitar a si mesma para que você possa viver com inteireza, qualidade e bem-estar.
Rever dinâmicas de relações e papéis, desconstruir para reconstruir um cotidiano mais possível de ser vivido. Sim, é possível! Essa é uma das questões trazidas por muitas de minhas clientes, e que abordo na Terapia de Manejo do Estresse.
Desenvolver a habilidade de estabelecer limites é essencial para uma vida melhor. Assim, você poderá se posicionar com mais facilidade e sem culpa, reorganizando sua vida de modo que ela flua com mais leveza.
E para você, como esse assunto ressoa?
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