Fui ensinada a ser uma menina comportada: educada, boazinha, sempre bem vestida, esteticamente adequada, limpa e organizada... quase como uma boneca.
Sair do script era ser disruptiva, e isso dava muito trabalho. Então, acabava optando por seguir as regras e ser aceita.
Na adolescência, surgiu um espaço maior para explorar minha identidade. Contudo, quando minhas escolhas começaram a incomodar — e pela inexperiência dos caminhos que se mostravam arriscados —, calei-me e me adequei. Igreja, Direito, tudo no “direito”.
Anos se passaram, e senti a necessidade de romper com padrões estabelecidos para entrar numa jornada interna de reconexão com minha essência. Ainda lido com essa busca, mas de uma forma muito diferente. Já caminhei bastante, e hoje vivo um momento de lapidação — aquele famoso "orai e vigiai" — para que as armadilhas da vida não me aprisionem novamente.
Atualmente, olhar para minhas necessidades e me posicionar com autorespeito é primordial. Saber colocar limites e reconhecer até onde posso ir sem me quebrar é um exercício diário.
Respeitar nossos limites não é fraqueza, é um ato de coragem e amor-próprio. Cada passo na jornada de autodescoberta nos aproxima mais da nossa essência verdadeira.
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