Recentemente, um post preconceituoso e ofensivo sobre o papel das mulheres no mercado de trabalho viralizou, criticando a nossa presença em cargos de liderança, como o de CEO. Isso gerou uma revolta justificada no público feminino. Pessoalmente, esse episódio me incomodou por dias. Uma das emoções que mais senti foi a raiva ao me deparar com a triste realidade de que, em pleno século XXI, ainda precisamos lutar pelo nosso espaço e liberdade de escolha.
Logo depois, outro post surgiu na minha timeline. Dessa vez, uma linha de bolsas com estampa de armas — revólver, martelo, faca — dava a impressão de que a mulher que usava a bolsa estava carregando uma arma. Inicialmente parecia engraçado, mas, mais uma vez, me senti incomodada. Afinal, por que precisamos associar nossa segurança a uma arma, ainda que figurativa?
A Realidade Feminina: Um Grito por Segurança
Ao observar a imagem da bolsa e refletir sobre a realidade feminina, enxerguei um grito silencioso de socorro. Essa necessidade de segurança surge de uma cultura que ainda desrespeita, distorce e suprime quem somos como mulheres. Sentimos isso em diversos momentos: quando temos medo de sermos assediadas no ambiente de trabalho, como aconteceu recentemente com a Ministra Anielle Franco; quando recebemos comentários sexistas sobre nossa atuação profissional; ou quando nos vemos sobrecarregadas pela expectativa de que os serviços domésticos sejam "naturalmente" nossa responsabilidade.
A reação mais comum frente a essas situações é a raiva. E, no entanto, mesmo a expressão desse sentimento é reprimida. Somos rapidamente rotuladas como dramáticas, histéricas ou exageradas quando ousamos externalizar o que sentimos.
O Dilema: Reprimir ou se Posicionar?
Diante dessa repressão social, nos deparamos com duas opções: reprimir nossas emoções e nos autosilenciarmos, ou nos posicionarmos. O problema é que o caminho até o posicionamento é cheio de ameaças e desafios. A pressão constante para “não fazermos muito barulho” ou “não causarmos desconforto” gera um impacto profundo no corpo e nas emoções.
Esse fardo emocional tem consequências reais. As mulheres sofrem de doenças crônicas e condições de saúde mental em taxas muito mais elevadas que os homens. O adoecimento físico e emocional é, muitas vezes, o reflexo de uma cultura que nos nega espaço, voz e respeito.
O Caminho da Autoconsciência e do Autocuidado
Então, como lidar com isso em uma sociedade que ainda desrespeita as mulheres? A resposta começa pela autoconsciência. Precisamos nos reconhecer, nos apropriar de nosso potencial e, acima de tudo, estabelecer limites claros. Isso significa **se conectar com a nossa essência**, pois é essa conexão que nos fortalece e nos permite seguir em frente de maneira íntegra.
Olhar para dentro, cuidar de nós mesmas, observar e investigar nossos sentimentos são passos essenciais para uma vida plena e equilibrada. Ao nos posicionarmos com assertividade, nos reconectamos com a inteireza do nosso ser — e com a relevância de nossa presença, seja no âmbito profissional, social, familiar, político ou cultural.
Conclusão
Portanto, faça uma pausa. Olhe para si mesma. Cuide de si. Conecte-se com sua essência, observe-se com atenção e posicione-se com coragem. Viva a sua plenitude!
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